sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ver o peixe George,
de Audrey Hepburn,
no filme "Sabrina", 1954


http://www.youtube.com/watch?v=wjcPN3caOsk&feature=related

Edward Weston, sem data

Ao amanhecer está Lucana adormecida na cama larga, entre copos de bebida emborcados, cesto de frutas – kiwi, mamão – e restos de sonhos, enquanto o Cristalino, frente à janela escancarada, fuma erva-cidreira e escuta no gramofone a voz de Caruso. A árvore fora de mim: é por ela que subo até às vidraças azuladas da Casa de Água, onde o vento acorda de cabeça para baixo: soprar o vento para as bananeiras e para as constelações. Aqui na varanda espio o Cristalino fumando e um fervor de agáricos nos troncos da amarga oliveira. Observo as finas cordas da chuva que serenam d’água os telhados de Villa da Concha. Calmo, podia inventar o paraíso, silêncio a silêncio, sombra por sombra. Seria um silêncio criador – fonte aberta ao acaso – busca incessante do gume ileso do vocábulo: silvo de fogo na geleira e nunca a lentidão líqüida de algas apodrecidas.

Man Ray, sem data


O primeiro nascimento é orvalho.
O segundo nascimento é a palavra orvalho.

Lezama Lima





Baltasar Gracián (1601-1658)

E todas constituem dádivas da generosidade divina: rica inteligência, juízo profundo e bom gosto. A imaginação é um grande dom, mas é ainda mais notável raciocinar e ter um bom entendimento. A inteligência não deve estar no esforço, pois seria mais trabalhadora do que aguda. Pensar bem é o resultado da racionalidade. Aos 20 reina a vontade, aos 30 a inteligência, aos 40 o juízo. Algumas mentes irradiam luz como os olhos do lince e raciocinam melhor na maior escuridão. Outras reagem de acordo com a ocasião. Encontram respostas com freqüência e bem: uma fecundidade felicíssima. E o bom gosto dá sal a toda vida.

Baltasar Gracián

Eugênio, sem data

Lavar a alma ao ver o blog
Admiradores de varais,
de La Vanu


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