sábado, 31 de outubro de 2009


Sunyata
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de David Moore

Sean Sarafin

Ver Kimiko Yoshida

http://www.kimiko.fr/

Gretchen Kelly

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de Yves Klein



http://www.youtube.com/watch?v=FDyWqXo806w

Yves Klein nasceu na França, em 1928, tendo falecido em 1962. Pintor, escultor e escritor francês, Yves Klein foi, desde cedo, influenciado pela arte abstrata de sua mãe Marie Raymond. Não teve educação artística formal, mas começou a fazer as suas primeiras tentativas na pintura em 1946, ano em que conheceu Arman, a quem se associou mais tarde no movimento Nouveau Réalisme. Entre 1949 e 1950, trabalhou na loja de molduras de Robert Savage, onde aprendeu as técnicas da pintura e da aplicação de folha de ouro. Em 1950 expôs em Londres os seus primeiros trabalhos e, no ano de 1953, exibiu uma série de pinturas monocromáticas em Tóquio/Japão. Em 1956, Klein alcançou grande notoriedade junto do público e da crítica, sobretudo através da exposição Yves: Propositions monochromes, na Galeria Colette Allendy, na Paris incandescente. Em 1958, executa os primeiros Anthropométries: impressões de corpos femininos cobertos em Azul, e apresenta os primeiros quadros vazios. Em 1960 foi membro co-fundador dos Nouveaux Réalistes e cria Cosmogonies, imagens criadas pela força dos elementos naturais (chuva, vento, folhas). No ano de 1961 realiza o primeiro relevo planetário e as primeiras imagens de fogo. Em 1983 tem uma retrospectiva importante no Centro George Pompidou (Paris, França) e, onze anos depois, em 1994, no Museu Ludwig (Colônia/Alemanha).

Pablo Schugurensky

Zurab Getsadze

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de Bertrand Carriere

Cartum: Pedro Molina/Texto: Fernando José Karl



Minha sogra, aquela cobra, até que é boa. Ruim é o raio que não acerta ela.



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de Dmitri Baltermants

Estátua egípcia

A origem das letras

Aqui, a invenção humana mais importante de todos os tempos: o alfabeto, criado pelos egípcios há 3000 a.C.

Escrito by Fernando José Karl

O filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), certa vez, perguntou a seus alunos da Universidade de Königsberg qual a coisa mais importante numa palavra. Nenhum soube responder. E o velho mestre Kant disse a seguinte linha de frase: “O que há de mais essencial numa palavra não é sua beleza, nem seu significado, nada disso; a pedra fundamental de uma palavra é a letra. A letra é fixirter Geist, ou seja, é a potência/energia que fixa o espírito numa palavra.

Toda letra, em sua raiz, é fogo. Portanto, toda palavra guarda em si a tessitura da chama. Se falamos ou escrevemos a palavra para mentir ou corromper ou enfear, o mistério da palavra se retrái, posto que a palavra é uma invenção humana e divina --- com a marca da luz sideral --- e a palavra serve apenas aos que a dizem com reverência.

A letra é sempre vivificante.

Um exemplo? Experimente pronunciar jasmim sem a letra “j”. E pronunciar pedra sem a letra “p”. Isto mesmo: a letra é o vulcão sob a neve. E quem as criou? Foram os egípcios, há 3000 a.C. A escrita egípcia – elaborada a partir de desenhos (ou hieróglifos) – tinha uma forma gráfica mais atraente para ser escrita e lida. Isto apenas quer dizer que a atração por dizer palavras com letras nasceu da necessidade da beleza.

No século 11 a.C., o sistema utilizado na escrita fenícia já tinha passado por várias modificações e se fixado numa forma definitiva, com 22 letras apenas. A escrita egípcia e a fenícia deram origem à escrita grega (com 24 letras), da qual se derivou a latina, origem do alfabeto que hoje usamos.

Muitos estudiosos dizem que o alfabeto propriamente dito foi inventado pelos gregos. Foram eles que tiveram a idéia, por exemplo, de escrever da esquerda para a direita. Alguns eruditos e até imperadores, como Claudio, tentaram inventar letras, mas não foram bem sucedidos.

Então: as vogais A E I O U tiveram sua origem nos caracteres hieroglíficos egípcios; e estes foram aperfeiçoados pelos gregos.

Olha só no que deu.

A letra A: tem sua origem mais remota no pictograma do hieróglifo egípcio que representa a cabeça de um boi.

A letra E: essa letra vem do hieróglifo egípcio que significa “contemplar”, “olhar”, “alegrar-se”.

A letra I: o hieróglifo egípcio que representa a “mão” (e que se diz iod nas línguas semíticas) serviu de modelo para esta letra. O pingo no I começou a aparecer no século 14, tornando essa letra mais fácil de ser reconhecida na letra gótica (ou preta): i.

A letra O: surgiu do hieróglifo egípcio de um “olho”; em grego tem o nome de ômicron, que significa “o minúsculo”, ou “breve”.

A letra U: sua origem é a letra fenícia vau, derivada do hieróglifo egípcio que significa “gancho” ou “suporte”.

A origem do ponto (.): os antigos costumavam escrever as palavras sem separação, emendando umas nas outras. Para evitar ambigüidades, ou simplesmente destacar palavras, usavam um ponto, separando-as.

A seguir curiosidades em torno das consoantes que tiveram sua origem nos caracteres hieroglíficos egípcios e que, da mesma fora, foram aperfeiçoadas pelos gregos.

A letra B: vem do pictograma egípcio que representa uma “casa mediterrânea de teto achatado”.

A letra C: o hieróglifo egípcio para esta letra é um “bumerangue”; representa, em latim antigo, os sons “k” e “g”; a letra Ç surgiu na península ibérica; forma gráfica mais antiga do Ç era um C com um pequeno z subescrito.

A letra D: lembra até hoje uma “porta”, como é desenhado no hieróglifo egípcio.

A letra F: tem sua origem na letra fenícia vau, oriunda do hieróglifo egípcio que representa os termos “gancho” ou “suporte”. Desta letra os gregos derivaram o digama, que gerou o “f”, e outras letras como o “u”, o “v”, o “w” e o “y”.

A letra G: a invenção desta foi atribuída a Spurius Carvilius Ruga (230 a.C.).

A letra H: a origem egípcia desta letra é o hieróglifo que significa “cerca” ou “corda trançada”.

A letra J é também uma invenção da Idade Média. Antes era grafado com dois II góticos: cortou-se um pedaço do primeiro I e surgiu o J.

A letra K: a origem egípcia desta letra é o hieróglifo que representa a “mão” com a palma virada para cima.

A letra L: originou-se do antigo hieróglifo egípcio que representava um “cajado”.

A letra M: o hieróglifo egípcio originário representa a “onda das águas”.

A letra N: deriva do desenho de uma “serpente”, segundo a forma do hieróglifo egípcio.

A letra P: na origem hieroglífica do alfabeto egípcio representa uma “boca”.

A letra Q: só era usada em latim diante de u, como a usamos hoje e nos hieróglifos egípcios é desenhada como um “nó”.

A letra R: lembra até hoje o desenho de uma “cabeça”, como a desenhou o escriba egípcio.

A letra S: no hieróglifo egípcio foi grafado como “dente”; os gregos transformaram este “dente” num “s”: letra inventada por eles.

A letra T: representa originariamente uma “marca”, cujo hieróglifo egípcio lembra um “x”; o nome fenício para “marca” é tau.

A letra X: no hieróglifo egípcio foi desenhado como um “peixe”.

A letra Y (ípsilon): do alfabeto grego, os romanos (que escreviam em latim) ficaram apenas com a letra V. Posteriormente, com a distinção fonética, a letra V ficou para o segmento consonantal; e a forma arredondada U ficou para a vogal.

A letra Z: até os dias atuais lembra sua forma primitiva egípcia: uma “foice”.

A difusão da letra W (não se conhece a origem desta letra) deve-se ao extenso uso que teve em manuscritos da Alemanha nos séculos 11 e 12.

A partir do que foi lido até agora, podemos chegar à seguinte conclusão: a origem das letras teve sua origem primeira em Algo no cérebro do homem; e este Algo é, sem dúvida, o “fogo que ama”.

O fogo das letras se entrelaçam para compôr cada palavra que escrevemos. E este fogo – com a leveza de um sopro – é da mesma matéria das estrelas.

E se a palavra é sopro de fogo e sopro de fogo é vida, cantemos, então, a sarça em chamas de cada palavra tocada de infindo mistério.

A palavra não é o fim: apenas aponta para o fim; e o fim é permitir ao homem que pronuncie seu desejo livremente, desejo este que dissolve a neurose e a perversão.

Eu desejo muitos veleiros para o fogo da palavra.

Evoé!