quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma pintura de Fernando José Karl


Praia do Cocal ao entardecer

Paulo Leminski (1944-1989)

Clic: João Urban, arte do cartunista Solda.

sábado, 25 de setembro de 2010

Um grafismo de Fernando José Karl

Mona Lisa (caneta preta PILOT BPS: 0.7)

Em busca do tempo perdido


Walker & Fagersteen

From Glacier Point 3,200 feet above Yosemite Valley Cal.

[Photographic Views of Yosemite and Mammoth Trees.]

1890

Nicholas Hughes, sem data

De aorcdo com uma peqsiusa


de uma uinrvesriddae ignlsea,

não ipomtra em qaul odrem as

Lteras de uma plravaa etãso,

a úncia csioa iprotmatne é que

a piremria e útmlia Lteras etejasm

no lgaur crteo. O rseto pdoe ser

uma bçguana ttaol, que vcoê

anida pdoe ler sem pobrlmea.

Itso é poqrue nós não lmeos

cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa

cmoo um tdoo.


Sohw de bloa.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Buddha
Coisa: aquilo que de algum modo é: assim coisa pode ser o Deus, uma linha de Paul Klee, um piano de Thelonius Monk, o areal, a xícara, o pão, o medo, o ventilador, a moeda persa, a clavícula, o aqueduto, a música de Mozart, o calabouço, o demônio, o vento, o abismo, a salgada branca espuma, o mantra, o astrolábio, o senhor Buddha. Nenhuma coisa é quando falta a palavra. Somente quando se encontra a palavra para a coisa, a coisa é coisa. Não será essa coisa, o que e como ela é, algo em nome de seu nome? Não se trata de agarrar com a palavra o que já está vigorando, nem de a palavra ser instrumento para a apresentação do que é dado. A palavra nasce no instante em que está sendo respirada: o uso é sua respiração. A coisa: o Deus, uma linha de Paul Klee, um piano de Thelonius Monk, o areal, a xícara, o pão, o medo, o ventilador, a moeda persa, a clavícula, o aqueduto, a música de Mozart, o calabouço, o demônio, o vento, o abismo, a salgada branca espuma, o mantra, o astrolábio, o senhor Buddha: só começa a respirar quando usamos a palavra. A palavra é que dá viço à coisa que, de algum modo, é. A pedra preciosa e delicada da palavra some quando a palavra falta. A palavra é um nada e esse nada é a voz do silêncio: a voz insonora. A voz do silêncio: aquilo que se ouve e não tem som. Aquilo que se ouve e não tem som, o que é? É nossa alma contruída durante o tempo: e alma é dessa matéria indizível: diamante sonoro ou perfume de mulher.

A pintura acima é considerada a que mais se aproxima da verdadeira face do genial músico alemão

Johann Sebastian Bach (1685-1750).

Os 3 grafismos abaixo integram o livro Linhas de Bach na geometria do abandono, de Fernando José Karl. O livro terá cerca de 150 grafismos: cada um deles totalmente inspirado na música de Johann Sebastian Bach (1685-1750).


Escutar Prelude Cello Suite No. 1

http://br.youtube.com/watch?v=LU_QR_FTt3E&feature=related

Intérprete: Rostropovich.


Escutar Mass in B minor “Agnus Dei”

http://br.youtube.com/watch?v=tdLCcQixNvg

Intérprete: Andreas Scholl.


Escutar Toccata & Fugue in d minor

http://br.youtube.com/watch?v=_FXoyr_FyFw&feature=related

Intérprete: Kurt Ison.

Paul Klee (1879-1940)

Ô ressurreição, dê água a meus ossos, me livre da aboiz de achar que eu sei tudo. Sou bossa de corisco, silêncio de adro, diamante que não, que sim. Ô ressurreição, dê arejos às trevas, me livre da falta de doçura, do vício de não escutar as trepadeiras trêmulas no aljibe. Tudo volta ao silêncio. Nunca estive entre as folhas da abanga. Nunca me chamaram de Beechmann. Ô ressurreição, que o que agora vislumbro não se perca, não se perca. E alguma coisa disso tudo seja meu: o linho da mortalha dos anjos, a xícara branca, o sorriso dos Reis, os passos no desconhecido, as delícias, os cinamomos, os vasos cilíndricos de barro, e mais tudo o que, por distraído, esqueci.

Quino

David Moore

Esfinge ao sol, enquanto durmo.

Se eu acordasse agora, então o quê?

Um olho aberto, outro fechado,

a esfinge sonha com meus olhos.

Meus olhos nessa luminância

dos olhos da esfinge de cal.

Meus olhos são alísios, alívios

nos olhos da esfinge no pátio.

Esfinge apagando altas estrelas,

que depois meus olhos reacendem.

E por que esfinge, por que olhos?

Seria mais simples não haver vida

– nenhuma palavra –

seria mais simples não morrer.

Paolo Scalera, sem data

Mordillo


Isto não é maconha mas você pode fumar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ver 7 fotos de Brassaï

Hokusai (1760-1849)



Ver pinturas japonesas
da antigüidade


http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.viajeajapon.com/imagenes/pintura_japonesa/pintura_japonesa_5.jpg&imgrefurl=http://www.viajeajapon.com/galpin.htm&h=566&w=425&sz=31&hl=pt-BR&start=42&um=1&usg=__RFaDy3FFx38bJ_4T-jC4teK5q5U=&tbnid=AZ6gPmqRV4iduM:&tbnh=134&tbnw=101&prev=/images%3Fq%3Dpintura%2Bjaponesa%26start%3D40%26ndsp%3D20%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN


Eva Norberg

As duas jovens tatianas com flores de manga em torno do fino pescoço, as duas nadando em volta da barca abandonada à orla. O casco lateral furado, quilhas enferrujadas, mastros decaídos.

Há algo de sinistro na antiga barca que balouça junto ao capinzal à beira-mar.

Uma das jovens tatianas nada mais rápido que a outra, e traz dentro da tanga conchas azuis, mostra ao vento e ao céu, dentro da água, o feitiço de sua nudez queimada de sol. O que ela pronuncia poderiam ser palavras que indicam algo para a outra ver.

As palavras da outra jovem tatiana seriam as mesmas do idílio; a alma é que é outra, a alma e os longos cabelos negros. A que nada mais rápida em volta da barca abandonada é a própria cabeça da chuva, confunde-se nas águas do mar grosso; esta não é deusa nem santa, mas gente humana e confidencia segredos em prosa de sala.