sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010



Ver o projeto KOKOKAKA

no blog de Ana Peluso

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Pollock (1912-1956)



Eu sou uma criança incorrigível: não há mais saída pra mim.

Eu creio em cavalo azul que respira música pelas narinas.

Sou anacrônico, talvez; eu creio em mulheres de vento que dançam tango rente às águas e mergulham nas águas pra colher anêmonas no fundo do mar.

É óbvio que a poesia é algo pra depois da morte física. Somos urdidos com milhões de fótons. Fóton: unidade de energia luminosa: a menor partícula possível da matéria.

Não é possível ver um fóton a olho nu; então estamos falando do invisível, que é um excesso de não ser.

O que em nós é invisível ressuscita: a música é invisível; a voz é invisível; o perfume é invisível.

A palavra, que guarda em si resquícios de um hálito, é igualmente invisível.

Niels Bohr diz textualmente: "Num pingo que faço, com a caneta, nessa folha de papel, há 10 milhões de átomos e 100 milhões de fótons".

Eu creio num fogo nas caves do pulmão; eu creio na barca da palavra, no sopro do abismo; eu creio, sim, na ressurreição, não do corpo, mas de nossa Tocata e Fuga visceral.

Beethoven com 3 anos, em 1773.


A história dessa música do Beethoven (1770-1827) que vais escutar a seguir é comovente: um dia, certa moça, que era cega, gritou que nunca tinha visto uma noite de luar: então o mais terno dos homens: Beethoven: fez esta pérola para a moça ver o luar:

Moonlight Sonata

http://www.youtube.com/watch?v=u7TUYgHQTTE&feature=related


Não é a suprema delicadeza?



Em busca do tempo perdido


Anônimo, 1928

Ice Palace at Lachine, Quebec



Andy Wahrol (1928-1987)

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de Mike Abrahams