segunda-feira, 6 de maio de 2013

C. Rugosa, 1898

 
A palavra é uma outra luz, uma concha marinha
que estremece as angras da noite,
a palavra é avenca inscrita numa runa.
Por vezes é o sforzando barroco de uma fonte
que entoa o cântico e pousa no torso do leopardo.
Ei-la, a fonte da palavra,
que reduz tudo ao ponto zero de um dia de chuva.
A palavra é a canoa que paira peixes submersos.
A palavra é um talo de água dentro da pedra
e sagra com salmos de mar o mantra do silêncio.

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