sábado, 9 de novembro de 2013

John Vachon, 1942




PALÁCIO DE ÁGUA

À noite estive no palácio de água
lendo papiros a uma sombra na parede branca.

Quando chove nas telhas do palácio de água,
aproveito para afiar os harmônicos da fala,
desenterro um cisne de Caruso
das camadas mais abissais da música.

No palácio de água
o vento costuma orar em aramaico esparso:
não me movo, deixo falar o vento,
porque só há paraíso quando o vento ora.

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