A TINA DE OFURÔ
(Em busca do tempo perdido 2)
Porque eu amava a neblina do vapor da água
que recobria os vidros do banheiro, adormeci
– naquela tarde perdida do ano de 1966 –
no interior aquoso da tina de Ofurô.
Meus pensamentos, enquanto eu dormia,
diluiam-se na água evaporada,
e, no sonho que tive,
lanternas chinesas dançavam ao vento.
Naquela tarde perdida do ano de 1966,
ainda não sabia que, no sonho, eu
era o vento.